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Revenge of the Keystones
Project Type
Reflections
Date
2/2020
Location
Idaho, USA
A vastidão do deserto se estendia à minha frente, cada grão de areia reluzindo sob o sol escaldante. Meu nome é Keystones, um homem marcado pelo tempo e pelas cicatrizes da vida. Ao meu lado, fiel como sempre, estava Lusitano, meu cavalo de confiança, cuja lealdade nunca foi questionada.
Cresci numa pequena fazenda no interior do Texas, onde a vida era dura e cada dia uma batalha. Quando os homens de Bart McCallister invadiram nossa propriedade, espalhando terror e destruição, perdi tudo o que tinha. Minha família foi brutalmente assassinada, e eu jurei vingança naquele mesmo dia.
Por anos, persegui McCallister e seus homens, cruzando desertos, montanhas e vales. Cada pista, cada rastro deixado por eles me aproximava um pouco mais de meu objetivo.
Lusitano e eu éramos uma dupla inseparável; ele sentia minha determinação e compartilhava do meu desejo de justiça.
Uma tarde, enquanto o sol se punha no horizonte, avistei uma pequena cidade ao longe. Era Black Rock, um lugar conhecido por abrigar foras-da-lei. Sabia que McCallister estava ali, escondido como uma serpente venenosa. Apertei os estribos e cavalguei em direção à cidade, com Lusitano trotando firme ao meu lado.
Ao chegar, a cidade parecia um covil de ladrões e assassinos. A tensão no ar era palpável, mas eu não podia recuar. Entrei no saloon, onde os olhares curiosos e desconfiados me seguiram até o balcão. Pedi um uísque, tentando parecer desinteressado, mas meus olhos vasculhavam o lugar, procurando por qualquer sinal de McCallister.
Então, ele apareceu. Bart McCallister, o homem que destruiu minha vida, sentado em uma mesa no canto, rindo e bebendo com seus comparsas. Minha raiva queimou como um fogo incontrolável, mas me forcei a manter a calma.
Aproximei-me devagar, minha mão descansando sobre o cabo do revólver. Quando McCallister finalmente me viu, seu sorriso desapareceu. Ele sabia que aquele dia tinha chegado.
— McCallister — chamei, minha voz carregada de anos de dor e sofrimento. — Está na hora de acertarmos as contas.
O silêncio tomou conta do saloon. Os olhos de todos estavam fixos em nós dois. McCallister se levantou, seu olhar de ódio espelhando o meu.
— Você cometeu um grande erro vindo aqui, Keystones — ele rosnou, puxando sua arma.
Mas eu estava preparado. Em um movimento rápido, saquei meu revólver e disparei. O tiro ecoou pelo saloon, e McCallister caiu no chão, seu corpo se contorcendo no pó. Seus homens hesitaram por um momento, mas a visão de seu líder derrotado os fez recuar.
Aproximei-me de McCallister, olhando nos seus olhos pela última vez.
— Isto é por minha família — sussurrei.
Saí do saloon com Lusitano ao meu lado, sentindo um peso ser retirado dos meus ombros. A vingança não traria minha família de volta, mas pelo menos a justiça havia sido feita. A vastidão do deserto se abria novamente à nossa frente, e com Lusitano ao meu lado, sabia que poderia enfrentar qualquer desafio que o futuro trouxesse.
Enquanto cavalgávamos para fora de Black Rock, a sensação de alívio começava a tomar conta de mim. A justiça havia sido feita, mas o vazio deixado pela perda da minha família ainda era profundo. Sabia que a vida seguiria adiante e, com Lusitano ao meu lado, eu estava pronto para enfrentar o que viesse.
Os dias seguintes foram de travessia pelo deserto, em direção ao norte, onde esperava encontrar um novo começo. As noites eram frias e silenciosas, mas a presença de Lusitano sempre me trazia conforto. Nossas jornadas eram longas e cansativas, mas cada passo nos levava para mais perto de um futuro incerto, porém promissor.
Uma noite, ao montar acampamento perto de um pequeno riacho, encontrei uma velha conhecida, Clara. Ela era uma mulher forte e determinada, com olhos que pareciam ver além das aparências. Clara havia perdido seu marido para a mesma gangue que eu havia enfrentado, e agora buscava seu próprio caminho de redenção.
Conversamos longamente à beira da fogueira, compartilhando histórias de dor e superação. Clara também tinha um cavalo fiel, um belo alazão chamado Estrela, que parecia se entender bem com Lusitano. Juntos, decidimos seguir viagem rumo ao oeste, onde ouvimos falar de terras férteis e novas oportunidades.
A jornada com Clara trouxe uma nova perspectiva à minha vida. Ela era uma companheira valente e leal, e sua presença preenchia parte do vazio que carregava. Enquanto atravessávamos montanhas e vales, enfrentando perigos e desafios, nossa amizade se fortalecia.
Chegamos a uma pequena cidade chamada Esperança, onde a vida parecia mais tranquila. Ali, encontrei trabalho como ferreiro, e Clara abriu uma pequena taberna. Com o tempo, a dor da perda foi dando lugar a uma nova esperança. Construímos uma comunidade unida e próspera, onde aqueles que haviam sofrido encontraram um lar e uma nova família.
Lusitano e Estrela também se adaptaram bem à nova vida, tornando-se símbolos de força e resistência para todos. A cada dia, eu via a possibilidade de um futuro melhor se tornando realidade, e sentia que, finalmente, havia encontrado um lugar onde podia recomeçar.
Assim, a história de vingança e dor se transformou em uma narrativa de redenção e renascimento. Em Esperança, encontrei não apenas justiça, mas também paz e uma nova chance de ser feliz. E com Clara ao meu lado e Lusitano sempre fiel, sabia que poderia enfrentar qualquer desafio que a vida trouxesse.
FIM


