Soneto do Amor Navegante

Soneto I

Num reino distante de versos e mar,
Onde o amor se esconde em cada olhar,
Camões nos guiou, com seu dom singular,
A sentir com as palavras a brilhar.

No gume do tempo, a paixão a falar,
Como estrelas no céu a se encontrar.
Neste vasto oceano, vou navegar,
Em busca de um amor para ancorar.

Nos mares de Vénus, deixo-me levar,
Por sonhos tecidos ao luar.
E neste soneto, venho declarar,

Que o amor é arte, eterno vagar.
Com Camões aprendi, não há maior lar,
Do que nos braços do amor repousar.

Soneto II

Num horizonte vasto, a esperar,
Onde cada gesto parece flutuar,
Camões, com sua pena, a desenhar,
Ensinou-nos como verdadeiramente amar.

Na linha do destino, a luz a dançar,
Como fachos distantes a se chamar.
Neste mar sem fim, desejo velejar,
Em busca de um porto para descansar.

Pelas águas de Afrodite, deixo-me arrastar,
Sob o manto da noite, entre o sonhar.
E neste verso, quero afirmar,

Que o amor é viagem, sem que parar.
De Camões herdei, esta maneira de navegar,
No mar do amor, sempre a explorar.