À la découverte de la riche culture de l'Angola et du Portugal
Create Your First Project
Start adding your projects to your portfolio. Click on "Manage Projects" to get started
Por morrer uma andorinha sem amor, não acaba a primavera
Tipo de projeto
soneto
Data
3/2025
Local
Idaho
Era numa pequena vila costeira, onde o Atlântico beijava a areia dourada, que vivia Inês, uma jovem cuja alma vibrava com a intensidade dos amores perdidos. Desde cedo, ela aprendera que o coração, mesmo dilacerado pela partida de um grande amor, podia encontrar força na própria dor, transformando a tristeza em semente de renovação.
Numa tarde de outono, enquanto o sol se despedia por detrás das falésias, Inês recordava com ternura o sorriso de Miguel, o seu amor ausente.
O vento sussurrava segredos e, entre as ondas que vinham e iam, parecia-lhe recitar o ditado:
“Por morrer uma andorinha sem amor, não acaba a primavera.”
Inspirada por essa verdade, Inês decidiu honrar cada memória, convertendo a perda num hino à vida e à esperança. Assim, o seu coração, repleto de saudade, abria espaço para novos encontros e para o florescer de outras primaveras.
Para celebrar esta jornada de dor, resiliência e renascimento, deixo aqui um soneto no estilo de lusíadas:
Sob as falésias, brilha o areal dourado,
A brisa entoa um canto ao fim do dia.
Sozinha, olhando o mar que se esvazia,
Recorda um tempo já desvançado.
No vento outonal, um sonho é murmurado,
Mas nada apaga a dor que a alma guia.
O velho amuleto jaz sobre a fria
Pedra esquecida, em pranto abandonado.
As ondas vêm e vão num brilho ardente,
No céu imenso as luzes já despertam,
E um novo fado à noite se desvela.
A folha cai, dançando levemente,
E os seus anseios, mudos, já alertam:
Há um renascer por trás de cada estrela.


