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A Vida na Colónia: Uma Carta do Espírito Santo

Tipo de projeto

A Vida na Colónia

Data

2/25/2025

Local

Idaho

Querida família do continente e dos Açores,

Saudações e bênçãos do Espírito Santo! Escrevo-vos com o coração repleto de emoção e fé, após ter participado na Festa do Divino Espírito Santo aqui em Boise, Idaho. Apesar da vastidão da terra que nos separa da pátria, estas celebrações transportam-nos para a essência das nossas raízes e renovam a nossa devoção.

A festa iniciou-se com a majestosa procissão, onde a coroa sagrada, adornada com a fita vermelha e ladeada por velas cintilantes, percorreu as ruas em meio às orações dos devotos. O cetro e a espada foram erguidos com solenidade, símbolos da justiça e da proteção divina que o Espírito Santo nos confere. Cada passo da marcha ecoava a fé e a gratidão do nosso povo, numa manifestação de devoção que atravessa séculos e oceanos.

Ao final da cerimônia, reunimo-nos em torno da mesa para a partilha das tradicionais "Sopas do Espírito Santo". O aroma reconfortante do pão embebido no caldo temperado trouxe à memória os serões em família, quando nos aquecíamos com o sabor e a união que esta festa representa. Entre risos e histórias, celebramos a solidariedade e o espírito comunitário que fazem desta tradição um verdadeiro elo entre gerações.

Enquanto me despeço desta carta, peço ao Espírito Santo que continue a guiar os nossos caminhos e a fortalecer os laços que nos unem, ainda que a distância nos separe. Que esta chama de fé e tradição nunca se apague no coração dos nossos descendentes.

Soneto Lusíadas

Ó Santo lume, que em fé nos inflama,
Pairando eterno sobre os povos teus,
Dá-nos a graça que vem lá dos céus,
E sobre a terra espalha tua chama.

Cingida em prata, a coroa proclama
A luz divina aos filhos, sempre meus,
Guiando as almas nos trilhos sem breus,
Na paz sagrada que tudo em si clama.

Que a festa viva em honra e esplendor,
Trazendo a todos esperança e amor,
E o pão partilhado nunca se extinga.

Pois no exílio o povo não se apaga,
Mantém-se firme, na fé que o embala,
E no Espírito encontra a sua vinda.

Com estima e fé inabalável,
João Elmiro da Rocha Chaves

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