A Espera Dolorosa

“A Espera Dolorosa” é um relato pessoal dos dias de incerteza e angústia que vivi com minha família em Nova Lisboa. A guerra nos cercava, e a única coisa que podíamos fazer era esperar ansiosamente pela oportunidade de escapar. A cada tarde, o rádio era nossa única conexão com a esperança de salvação, enquanto contávamos os dias e as horas até ouvirmos nossos nomes.

Em Nova Lisboa, na incerteza,
Registrei nossos nomes com temor,
Dias de guerra, noites de tristeza,
Aguardando no rádio nosso amor.

A cada tarde, às seis, uma promessa,
Nossos nomes chamariam, era o clamor,
Dezasseis dias de espera, uma pressa,
Até que a chamada nos deu fervor.

Ao aeroporto, de manhã, partimos,
Com malas leves e corações pesados,
Deixando o caminhão, a pé seguimos.

Abandonamos sonhos, laços quebrados,
Mas a esperança nos guiou, persistimos,
E a Lisboa chegamos, emocionados.

A espera foi uma das experiências mais difíceis da minha vida, cheia de ansiedade e dor, mas também de uma fé inabalável de que conseguiríamos partir. Quando finalmente recebemos a chamada, sabíamos que estávamos deixando para trás uma parte de nós mesmos, mas a esperança de um novo começo nos guiou adiante. Ao olhar para trás, vejo como essa espera dolorosa nos preparou para os desafios que enfrentaríamos em nossa nova jornada.