A Jornada da Borboleta

No seio verdejante do nosso mundo, onde a natureza mostra sua plenitude e diversidade, é que uma borboleta se ergue como um símbolo da beleza efêmera e graciosa da existência. Assim, como Camões cantou as navegações e as epopeias do homem, cantemos agora as jornadas silenciosas e sublimes dos pequenos seres que enfeitam o universo.

Poema

Nas vastidões da mata à luz banhada,
Voa, ser diminuto, a borboleta,
Com leveza que o ar lhe faz perfeita,
Sutil beleza em cor deslumbrada.

Nos ramos, de folhagens orvalhada,
Vê-se sua dança em gala eleita,
Do azul ao amarelo, a cor refeita,
Em quadro vivo, cena delicada.

Pairando no alvor, vai bordando o dia,
Nos campos de mil flores, cores vãs,
Tecendo um ar tão leve que extasia.

Por trilhas, onde as folhas são irmãs,
Rastro de luz desenha em alegria,
Que a breve vida exprime em gestos vãos.

Assim, à semelhança de uma borboleta que embeleza os dias com a sua passagem tão breve, também a nossa jornada na terra é uma ode à efemeridade. Que saibamos admirar a beleza que nos rodeia e encontrar sentido nas pequenas maravilhas da natureza. Que nossa existência seja, como a borboleta, cheia de cor, elegância e harmonia.