O Gato e o Sismo: Resmungos da Terra

No ressoar de um sismo, há quem veja apenas a terra a mover-se, mas outros encontram nas vibrações a voz da ironia e do humor. “O Gato Resmungão,” personagem conhecida por sua irreverência, aproveita o tremor para nos lembrar que, às vezes, até a cama se estremece por razões que não são naturais. Este soneto explora essa visão descontraída, onde o resmungo do gato se funde com a realidade de um fenômeno natural, trazendo à tona a leveza e o humor que contrastam com o peso da terra em movimento.

Soneto:

No abalo da terra, o gato suspira,
De braços cruzados, com desdém profundo,
Pergunta irônica que ecoa no mundo,
A cama estremeceu ou foi mentira?

Se o chão tremeu, que mal lhe tira?
Ressentido, com olhar iracundo,
Reclama, com um ar quase moribundo,
Será que o medo o sono conspira?

Mas entre resmungos e as sombras da noite,
A ironia brota em risos discretos,
Pois na cama, o susto se esconde.

O gato, impassível, segue o açoite,
Rindo do medo em gestos retos,
Pois ao sismo, responde quem responde.