O Veneno das Palavras

Neste soneto, reflito sobre o impacto devastador das palavras ditas sem cuidado, palavras que carregam o peso da malícia e da falta de empatia. "O Veneno das Palavras" é uma meditação sobre o poder destrutivo das opiniões infundadas e do julgamento precipitado, que corroem a verdade e envenenam as relações. No entanto, também se revela a esperança: a capacidade da luz interior de transformar o rancor em amor, e de encontrar em cada coração ofendido a força para reverter o mal em serenidade. Este soneto é um lembrete de que a verdadeira paz pode nascer do veneno, quando a alma escolhe o caminho da compaixão.

No olhar rubro, o ardor da maldição,
Esconde-se a língua pronta a ferir,
Achômetro a mil, sem se exaurir,
Afina o verbo, sem freio, em traição.

Opiniões lançadas sem razão,
Ecoam no ar, prontas a diluir
A verdade, que tenta resistir,
Mas sucumbe ao veneno em procissão.

Mas a alma que assim se veste em dor,
Desconhece o poder que a luz tem,
De transformar rancor em puro amor.

Que cada palavra dita com desdém,
Encontre um coração de grande ardor,
E transforme o fel em paz também.