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Promessas, Promessas: O Conto de Fadas da Política Moderna

29 de set de 2024

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Era Uma Vez em Uma Campanha...

Em uma terra não tão distante, onde as campanhas políticas serpenteiam por estados indecisos encantados e urnas cintilantes, um conto de fadas moderno se desenrola a cada temporada eleitoral. Este conto não começa com o clássico "Era uma vez", mas com uma frase que todos conhecemos bem: "Se eu for eleito, prometo...".

Essas são as palavras mágicas que marcam o início de uma grande saga política, pronunciadas por todos os candidatos, desde o aspirante ao conselho municipal até o esperançoso candidato à presidência. Essas palavras carregam o mesmo peso de um "Era uma vez", sinalizando uma jornada repleta de esperança, aspiração e, talvez, alguns dragões para derrotar. Mas, ao contrário dos contos de fadas tradicionais, os heróis dessas histórias raramente vivem "felizes para sempre". Em vez disso, muitas vezes nos deixam a pensar se estivemos lendo o livro errado o tempo todo.


O Feitiço Mágico da Promessa de Campanha

O poder de uma promessa de campanha está em sua capacidade de cativar as massas, como se fosse o feitiço de uma fada madrinha lançada sobre súditos encantados. A frase "Se eu for eleito" é projetada para nos transportar a uma terra de infinitas possibilidades. De repente, o ar se enche de visões de novos empregos brotando como feijoeiros mágicos, impostos desaparecendo com o toque de uma varinha, e estradas sendo pavimentadas—talvez não com ouro, mas ao menos com asfalto mais eficiente.


No entanto, como em qualquer conto de fadas clássico, sempre há uma reviravolta na história. O sapatinho de cristal pode até caber, mas ao olhar mais de perto, ele é feito de plástico barato. O príncipe encantado? Descobre-se que ele tem alguns esqueletos no armário, alguns deles ligados a negócios questionáveis. E o glorioso reino de outrora? Bem, ainda está à espera da aprovação da lei de infraestrutura.


Uma História de Dois Enredos

No cenário político atual, cada campanha se transforma em uma narrativa com dois enredos. De um lado, estão os sonhadores—os candidatos que tecem suas promessas com a elegância de um contador de histórias experiente. Eles pintam quadros vívidos de um futuro melhor, onde propostas políticas aparentemente mundanas se transformam em grandes missões épicas. Suas palavras voam como dragões, capturando a imaginação dos eleitores e os transportando para uma terra de leite e mel (ou, pelo menos, de um sistema de saúde acessível).


Do outro lado, estão os céticos—os eleitores cansados e experientes que já ouviram todas essas histórias antes. Esses indivíduos compreendem que para cada grande promessa feita, há uma brecha igualmente grande, um “porém” ou um compromisso escondido nas sombras. Depois de muitas temporadas eleitorais, eles aprenderam que, no mundo das promessas de campanha, o conto de fadas geralmente termina antes do final feliz, deixando para trás uma trilha de promessas quebradas e esperanças desfeitas.


Os Verdadeiros Heróis da História

E, claro, não podemos esquecer os verdadeiros heróis desta história: os eleitores. Somos nós, o povo, que devemos enfrentar as águas traiçoeiras das promessas políticas, navegando entre o fato e a ficção, tentando decifrar a verdade da ilusão. É uma tarefa árdua, exigindo a sabedoria de um sábio e a paciência de um santo. No entanto, persistimos, armados apenas com nossas cédulas de votação e uma dose saudável de ceticismo.


Mas por que continuamos essa árdua jornada? Porque, assim como em todos os bons contos de fadas, sempre existe a chance—por menor que seja—de que desta vez a história tenha um final diferente. De que desta vez, as promessas feitas serão as promessas cumpridas. É essa esperança que nos faz retornar às urnas, eleição após eleição, prontos para acreditar que, talvez, desta vez, o conto de fadas se tornará realidade.


Felizes Para Sempre?

No final das contas, as promessas políticas são muito parecidas com contos de fadas. Elas são repletas de grandes aventuras, missões nobres e, ocasionalmente, um vilão sombrio à espreita. Mas, assim como em qualquer boa história, o verdadeiro resultado depende de quem está contando o conto—e de quanto o público está disposto a acreditar.


Então, na próxima vez que você ouvir um político dizer: “Se eu for eleito, prometo...”, reserve um momento para refletir. Está preparado para embarcar nesta nova aventura? Ou já aprendeu, com tantas histórias passadas, que às vezes as melhores histórias são aquelas que permanecem não contadas?

Porque, no mundo da política, assim como nos contos de fadas, a lição mais importante é esta: Desconfie sempre de uma história que parece boa demais para ser verdade. Afinal, nem todos os contos terminam com um "felizes para sempre."


A Moral da História

Ao encerrar esta jornada satírica pelo reino encantado das promessas políticas, lembremo-nos de uma simples verdade: nem todos os contos de fadas começam com "Era uma vez". Alguns dos mais inacreditáveis começam com "Se eu for eleito, prometo...". E, embora não tenhamos uma varinha mágica para transformar essas promessas em realidade, temos em mãos algo ainda mais poderoso—nosso voto.


À medida que nos aproximamos do próximo ciclo eleitoral, lembremo-nos de que, por mais que as promessas políticas possam brilhar como sonhos de contos de fadas, cabe a nós, os eleitores, garantir que essas promessas sejam analisadas com o pensamento crítico e discernimento que merecem.


No mundo da política moderna, onde as narrativas são tecidas tão facilmente quanto os contos de fadas, nosso papel como eleitores é ser os leitores atentos—aqueles que sabem que, às vezes, a única magia digna de ser acreditada é aquela que nós mesmos criamos.



29 de set de 2024

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