Explorando a Rica Cultura de Angola e Portugal

A Ilha da Verdadeira Amizade
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Era uma vez um jovem chamado Miguel, que vivia numa cidade cercada por um mar de rostos apressados e intenções nebulosas. Ele sempre foi um observador das relações humanas, intrigado com as ligações que uniam as pessoas. Uma noite, enquanto arrumava os livros na estante herdada de seu avô, encontrou um pequeno caderno empoeirado. Dentro, havia um poema escrito à mão, intitulado Amizade Versus Utilidade, de João Elmiro da Rocha Chaves.
Miguel leu os versos em voz alta, sentindo cada palavra ecoar em sua alma:
Amizade Versus Utilidade
No vasto mar de rostos e intenções,
Descobre-se o valor da amizade,
Distante da cruel utilidade,
Revelam-se as mais puras emoções.
Não se confunda, pois, com ilusões,
Nem se venda por falsa comodidade,
Pois verdadeira amizade é liberdade,
Longe de vantagens e condições.
Em cada gesto, um mundo a descobrir,
Em cada olhar, um mar a navegar,
Verdadeiros amigos sabem construir
Um porto seguro onde ancorar.
Deixe o coração, não o útil, definir
Quem merece ao seu lado caminhar.
Miguel sentiu-se inspirado e, naquele momento, decidiu partir em busca de algo que o poema despertara: a essência da verdadeira amizade. Ele deixou sua cidade e embarcou em uma viagem pelo mundo, visitando lugares remotos e conhecendo pessoas de diferentes culturas. Levava consigo o caderno com o poema, que lia para aqueles que encontrava no caminho.
Um dia, ao chegar a uma ilha distante conhecida como Ilha da Verdadeira Amizade, Miguel foi recebido por um velho sábio chamado Rafael. Este, com olhos profundos e gestos tranquilos, ofereceu-lhe abrigo e ouviu sua história.
— Miguel, o que buscas não está fora de você. — disse Rafael, enquanto ambos caminhavam pela praia. — Verdadeira amizade não é construída pela utilidade, mas pelo amor incondicional que une almas livres.
No decorrer de sua estadia, Miguel aprendeu com os habitantes da ilha que a amizade não era um comércio de favores, mas sim um laço inquebrável que resistia ao tempo e às adversidades. Ele percebeu que amigos verdadeiros são aqueles que oferecem um "porto seguro", como o poema descrevia, sem esperar nada em troca.
Ao voltar para casa, Miguel tinha uma nova compreensão sobre as relações humanas. Ele passou a valorizar menos as conexões superficiais e mais os gestos sinceros de amor e apoio. E sempre que lia o poema, sentia como se estivesse de volta àquela ilha mágica, onde havia encontrado não apenas amigos, mas a si mesmo.
Assim, Miguel descobriu que, no vasto mar de rostos e intenções, a amizade genuína era como uma bússola, apontando sempre para o coração.
