top of page

As Vozes e os Caminhos: A Epopeia de Quem Não Esquece

ago 16

1 min de leitura

3

6

0

Há memórias que não precisam de gritar para serem ouvidas. Estão gravadas em nós como o cheiro da terra molhada na primeira chuva, como o som de vozes que já não escutamos senão dentro do coração. A travessia que nos foi imposta não se mede apenas em quilómetros, mas em perdas, recomeços e na coragem de guardar viva a verdade. É por isso que hoje revisito o espírito de Camões, não para falar de conquistas marítimas, mas das navegações da alma que tantos de nós empreendemos ao deixar Angola e reconstruir a vida.



As vozes e os caminhos assinalados

Que da vermelha terra angolana,

Por rumos nunca dantes trilhados,

Passaram além da dor que nos engana,


Em perdas e silêncios esforçados

Mais do que a sorte humana nos tolhe e dana,

E entre povos distantes edificaram

Nova vida, que sempre honraram;


E também as memórias preciosas

Dos que lutaram sempre acreditando

Na paz, na justiça, em causas honrosas,


E aqueles que por obras corajosas

Se vão da lei do Esquecimento salvando,

Cantando espalharei por toda a parte.



Agradeço-lhe por estar aqui, a partilhar comigo este instante de memória e reflexão. Tal como cada um de nós carrega a sua própria história, convido-o a revisitar o seu caminho, a reconhecer a força que o trouxe até aqui e a honrar os que, antes de nós, abriram a estrada. Porque no fim, é a nossa memória — e o que fazemos com ela — que constrói o legado que deixamos.


João Elmiro da Rocha Chaves (Mákalé),

filho da Cela

#mundolusófono #CulturaLusófona #angola #portugal



Posts Relacionados

Comentários

Compartilhe sua opiniãoSeja o primeiro a escrever um comentário.
bottom of page