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Uma viagem entre herança e futuro, escrita por Elmiro Chaves

Uma ponte simbólica entre tradição e futuro — raízes lusófonas entrelaçadas com circuitos digitais, ligando uma aldeia ancestral a uma cidade futurista. Um viajante observa, pronto para atravessar.
Uma ponte simbólica entre tradição e futuro — raízes lusófonas entrelaçadas com circuitos digitais, ligando uma aldeia ancestral a uma cidade futurista. Um viajante observa, pronto para atravessar.

Na margem dourada de um rio antigo, onde as casas de adobe se encostam umas às outras como memórias partilhadas, vivia um homem chamado Elmiro. Tinha nascido entre os ecos de Angola e os silêncios de Portugal, e trazia no olhar a inquietação de quem sabe que o passado não é um lugar, mas uma força.


Todos os dias, Elmiro caminhava até à ponte, uma estrutura estranha, feita de raízes entrelaçadas com circuitos de cobre, como se a terra e a tecnologia tivessem decidido conversar. De um lado, os rostos dos seus antepassados observavam-no em silêncio: mulheres de lenço na cabeça, homens com mãos calejadas, crianças que corriam atrás de sombras. Do outro lado, uma cidade de luzes frias e torres impossíveis pulsava com promessas de futuro.


Elmiro não sabia se devia atravessar. A ponte não era apenas um caminho, era uma escolha. Ficaria preso às histórias que o moldaram, ou arriscaria escrever novas páginas num idioma que ainda não dominava?


Numa tarde de novembro, com o céu dividido entre o laranja e o azul, Elmiro deu o primeiro passo. Sentiu o chão vibrar sob os pés, não de medo, mas de reconhecimento. Cada lanterna acesa ao longo da ponte parecia acender também uma memória: o cheiro da terra molhada, o som de um rádio antigo, o toque de uma mão que já não estava.


Quando chegou ao meio da ponte, parou. Olhou para trás, depois para a frente. E sorriu.

Não era preciso escolher entre passado e futuro. A ponte existia porque ambos eram verdadeiros. Porque raízes podem crescer em qualquer direção, e circuitos também sabem guardar histórias.


🌉 Soneto da Ponte Invisível

No limiar de mundos, onde o tempo cala,

Ergue-se a ponte feita de memória,

Raízes fundas, luz que não se iguala,

Tecem do ser a mais antiga história.


De um lado, o chão que o sangue consagra,

Do outro, o sonho em néon que seduz;

E entre os dois, a alma que divaga,

Buscando o rumo entre sombra e luz.


Não há escolha onde tudo é verdade,

Pois quem caminha leva o mundo inteiro:

O gesto antigo, a nova liberdade.


E eu, que sou de cobre e de madeira,

Cruzo o silêncio com serenidade,

Plantando o tempo na ponte inteira.


✍️ Reflexão Final

Esta história é uma metáfora viva da minha própria jornada, como técnico, como criador, como homem entre mundos. A ponte que atravesso todos os dias é feita de memórias, códigos, imagens e palavras. E cada passo que dou é uma tentativa de unir o que fui com o que estou a construir.


Se esta história te tocou, convido-te a explorar mais do meu trabalho, onde a engenharia encontra a poesia, e onde o passado não é esquecido, mas transformado.


🛠️ Nota de bastidores

Esta imagem foi criada com apoio de inteligência artificial, inspirada na minha própria travessia cultural e criativa — entre Angola, Portugal e os mundos que imagino.


Por Elmiro Chaves  

Entre raízes e circuitos, sigo a ponte que me constrói.

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