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Momentos Dourados com Mason

2 de nov de 2024

3 min de leitura

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O Crepúsculo do Paraíso

À medida que o sol se põe sobre o nosso pequeno pedaço de paraíso, pintando o céu com pinceladas de rosa e laranja, encontro-me a refletir sobre a alegria destas tardes tranquilas. Aqui, no nosso banco de madeira desgastado à frente da casa antiga, sento-me com o meu neto Mason, ou “avô” como ele carinhosamente me chama.


A Alegria Simples de um Quintal

A risada do Mason ecoa no ar, pura e libertadora, especialmente hoje enquanto observamos uma galinha rechonchuda perseguir divertidamente uma borboleta pelo quintal. “Olha, Avô! Ela pensa que pode voar!” ele exclama, com os olhos brilhando de entusiasmo.


Eu rio, sentindo um calor se espalhar por mim que tem pouco a ver com o sol poente. “Talvez ela possa, nos sonhos dela, assim como nós podemos, Mason,” digo, puxando de brincadeira o seu cabelo ruivo.


Descobertas nas Pequenas Coisas

É nestes momentos simples e fugazes que descubro as maiores verdades. Mason, com seu jeito único de ver o mundo, ensina-me que há alegria para ser descoberta em todo o lugar. Seja no tremular de uma folha ou na dança desajeitada de uma galinha a perseguir uma borboleta, há sempre algo para sorrir.


À medida que o dia termina e as sombras se alongam diante de nós, puxo Mason um pouco mais para perto. O mundo cresce silencioso, exceto pelo cacarejar gentil das galinhas e pelos suspiros contentes do Mason. Nestes momentos de paz, sou lembrado de quão precioso é o tempo — mais precioso que o mais dourado dos pores do sol. Aqui com Mason, cada momento é um tesouro, uma memória dourada para sempre guardar.


Histórias ao Cair da Noite

Com o frio da noite a se instalar ao nosso redor, Mason aconchega-se mais, sua presença um peso confortante ao meu lado. “Avô, conta-me uma história de quando tinhas a minha idade,” ele pede, com voz tingida de curiosidade.


Sorrio, peneirando memórias como páginas de um livro antigo até encontrar a certa. “Bem, quando eu tinha mais ou menos a tua idade, tinha um cão chamado Leão. Ele era tão selvagem quanto o vento e o dobro de rápido. Um dia, Leão decidiu que ia apanhar o maior coelho que já tinha visto…”


Mason escuta atentamente, os olhos arregalados de admiração enquanto eu narro a grande aventura de Leão pelas colinas e campos da minha infância. Conto-lhe sobre os intermináveis jogos de esconde-esconde que brincávamos entre as oliveiras e como o Leão sempre parecia saber quando eu precisava de um amigo.


Uma Promessa no Silêncio

À medida que minha história termina, as estrelas começam a cintilar acima de nós, como pequenos guias iluminando nosso caminho pela noite. A mão do Mason encontra a minha, seus pequenos dedos entrelaçando-se nos meus. “Avô, nós também vamos apanhar um coelho um dia?” ele pergunta, a esperança colorindo suas palavras.


Aperto sua mão suavemente e aceno que sim. “Claro que vamos. E talvez até deixemos as galinhas se juntarem a nós,” brinco, ganhando uma risada alta e alegre dele que ecoa pela noite que se aprofunda.


Costurando o Tecido do Tempo

Estes momentos, simples mas profundos, costuram o tecido dos nossos dias juntos. Cada risada, cada história, cada silêncio compartilhado constrói uma ponte entre gerações, ligando o meu passado ao futuro do Mason. À medida que a noite se aprofunda e as pálpebras do Mason se fecham, sussurro uma promessa no silêncio — de estimar e nutrir este vínculo, esta preciosa conexão, por todos os dias da minha vida.


Um Soneto à Moda de Camões

No manto da tarde o dourado sol a pôr,

E no céu as nuvens dançam com a penumbra,

No sossego do lar, um velho e seu tesouro,

Riem juntos, na vida que a tudo adumbra.


“Avô”, clama o pequeno com olhar de espanto,

Vejo galinhas que no ar querem voar,

Na simplicidade de um riso, acalanto,

Ensinas-me a sonhar e na terra saltar.


Entre as árvores, contas histórias de outrora,

De Leão, o cão, correndo sem parar,

Nas colinas da infância onde a mente mora.


Na companhia de estrelas a brilhar,

Cada momento um laço entre nós tece,

Guardo cada palavra, cada gesto, cada prece.


FIM



2 de nov de 2024

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