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Além das Conquistas: A Jornada Interior

13 de dez de 2024

3 min de leitura

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No pequeno vilarejo de São Marinho, à beira de um oceano de águas misteriosas, vivia Tomás, um jovem pescador conhecido por sua habilidade em enfrentar as ondas, mas também por um olhar inquieto que fixava o horizonte. Apesar da vida simples, algo em sua alma clamava por mais. Não era o desejo de riquezas ou terras, mas de compreender o que estava além das conquistas materiais.


Uma tarde, enquanto vasculhava um baú que pertencia ao avô, encontrou um manuscrito antigo. Nele, dois sonetos escritos por João Chaves despertaram algo profundo. Ele leu o primeiro, sentindo cada verso como um chamado:


Soneto I – Além das Conquistas


Por mares nunca dantes navegados,

Em vastos campos de incerteza e dor,

Não é na terra o mais sublime amor,

Mas na alma e seus portos encantados.


Que o peito segue, firme, desvelados,

Os mistérios que a vida dá em cor;

E cada passo é moldado ao labor

De vozes e cantos, sempre amados.


Não busques metas vãs, pois vão-se embora,

Mas muda-te no curso da jornada,

E vê que em ti reside o céu e a aurora.


Maior vitória é a alma transformada,

Que ao fim do dia, no clarão da aurora,

Se encontra em paz, na senda revelada.


Aquele poema o fez questionar: e se a vida fosse mais do que alcançar? E se o verdadeiro valor estivesse no caminho? Decidido a descobrir, Tomás partiu com um barco simples, algumas provisões e o manuscrito. Não era a terra firme que ele buscava, mas o sentido das palavras que lia.


Durante sua jornada, enfrentou tempestades ferozes e mares calmos. Em cada porto onde ancorava, aprendia algo novo. Em uma noite especialmente turbulenta, os versos do segundo soneto foram seu guia:


Soneto II – Além das Conquistas


Nas ondas deste incerto e vasto mundo,

Em que o destino a todos desafia,

Não é no porto a mais fiel alegria,

Mas no saber que o peito guarda fundo.


Cada escolha é um cântico profundo,

Que forma, no viver, doce harmonia;

E, mesmo onde a tormenta mais se erguia,

O peito sábio vence o mal oriundo.


Não busques o final, mas o caminho,

Que mais que o porto é o mar que nos ensina

A ser de nós o mais fiel vizinho.


E, no findar da vida peregrina,

Verás que em ti guardavas o destino,

E nele a paz que à luz final domina.


Essas palavras ressoaram nele como uma bússola. Ao longo do tempo, Tomás aprendeu a não temer os desafios do mar, mas a enxergar neles oportunidades de crescimento. Cada tempestade moldava sua coragem; cada porto trazia uma nova lição. Não era o destino que importava, mas a transformação que ocorria durante a jornada.


Quando voltou ao vilarejo, Tomás era um homem diferente. Não pelo que tinha conquistado, mas pelo que havia se tornado. Ao compartilhar suas experiências, dizia aos mais jovens:


— A maior viagem não é aquela que nos leva a terras distantes, mas a que nos aproxima de nós mesmos.


No final, o velho manuscrito foi entregue à pequena biblioteca local, onde, sob o título Além das Conquistas, passou a inspirar outros viajantes. Afinal, o legado de Tomás era claro: a vida é uma travessia, e o maior porto que podemos alcançar está dentro de nós.


Reflexão para o Blog

A história de Tomás reflete a essência das nossas próprias jornadas. Quantas vezes buscamos metas e esquecemos de valorizar o caminho? Além das Conquistas nos lembra que o verdadeiro prêmio está na transformação interior. E você, caro leitor, está pronto para navegar por mares desconhecidos e descobrir quem realmente é?



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